UM NOVO DESAFIO ENQUANTO EXISTE A ESPERA


Tentei ouvir o podcast da Shonen Jump enquanto trabalhava nas últimas semanas. Eu tenho trabalhado até mais tarde e desencontrado a Vanessa e, enquanto estou sozinho na frente do computador, tento encontrar algo que eu possa ouvir enquanto estou desenhando ou escrevendo. É difícil para eu ouvir podcast, pois enche demais a minha cabeça e dá um nó nos meus miolos. Nesse caso, entretanto, ajudou a manter minha calma.

Eu costumava ouvir apenas música como pano de fundo para trabalhar, mas ultimamente isso tem sido impossível. Não apenas pelo meu computador não aguentar dois programas abertos ao mesmo tempo. Tenho tido de ficar com meus ouvidos muito atentos para atender os problemas familiares que surgem e as cobranças do dia a dia.

Assim, no music for me.

Então eu tenho procurado por outras maneiras de acompanhar assuntos que gosto ou que me empolgue e o podcasts Shonen Jump ajuda por falar de algo que gosto bastante e tenho abraçado mais nos últimos tempos: Os mangás.

Ao mesmo tempo em que esperamos os resultados de dois concursos que participamos de última hora neste ano (Um de literatura e outro de quadrinhos), venho buscado retornar as minhas raízes de paixão e leitura. Talvez, pelo fato da via estar difícil eu esteja numa viajem de retorno ao que me trouxe esperança no passado. E os mangás fazem parte desse passado.

Ler mangá e fazer mangá me faz bem. Foi o que me fez voltar a produzir e procurar um novo desafio enquanto existe a espera.  

Tenho produzido menos, mas em especial pois meu novo desafio tem direcionado meus esforços artísticos para novas escolhas e, por consequência, novos tipos de páginas. Encontramos um novo concurso. Um bom. Que pode dar um bom retorno. Por algum motivo, tenho mais confiança de que esse nós podemos vencer. Não sei de onde vem essa confiança. Na verdade é mais um tipo estranho de voz interior gritando no meu cérebro "Dê o seu melhor e vença".

Uma vitória é extremamente necessária para nós, agora.

Assim, estamos trabalhando nas fases iniciais de um novo roteiro. Um oneshot, como diz no meio dos quadrinhos.

Eu prefiro dizer que é um conto.  

Vai ser o nosso trabalho mais "mangá" que já fizemos. Por isso, tenho tido cautela. Estou torcendo para que eu não erre e perca meu tempo com desenhos que rejeitaremos. Isso só irá atrasar o trabalho quando tiver muitas páginas para desenhar. Como todo concurso, temos prazo, portanto.

Vanessa disse para aproveitarmos o tempo que temos e não deixar para a última hora. Evita trabalhar sob pressão e garantir qualidade.
 
Ela tem razão, obviamente.

Quando eu desenho, passo pelo momento de decidir o que desenhar e o que não desenhar em cada página. Tenho aprendido que, só devo desenhar algo quando for para que o leitor sinta algo. É mais ou menos o mesmo processo de escrever um livro ou conto. São escritas as palavras que precisam ser lidas.

Só isso.

Fora os concursos, ainda tenho de terminar a série de Star Justice.

As páginas estão sendo feitas de um jeito devagar. As vezes, tenho a impressão de que jamais irei terminar e essa história não ganhará vida verdadeiramente.

Os 100 capítulos do roteiro original são, agora, apenas um sonho distante.  

Eu tenho que acelerar, mas não é tão fácil.

Preciso sentir meu ritmo. O ritmo acelerado das sequências de ação que tenho de desenhar. O ritmo das cenas cotidianas que agora faço. Dois momentos diferentes, que devem se complementar num único estado de espírito e narrativa. Tudo isso enquanto tento entender a profundidade das palavras que a Vanessa volta e meia me dá. Em geral é ela e suas palavras que me fazem continuar.


Thomaz Alves.

Florianópolis
Março de 2019

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