Ninguém sabe viver

O rapaz senta a beira mar.
Os olhos seguiram a linha escura e azulada do horizonte marítimo.
Mais para cima, observa e desfruta da noite que surge do por do sol.
Durante muito tempo, os últimos raios, frios e brilhantes, brotaram no céu em forma de arco.
Abriam-se as nuvens escuras que logo desapareceram.
Fazia muito tempo que não contemplava aquele ritual natural.
O vai e vem do dia e da noite.
Lua e sol.
Naqueles dias, quando sentar perto do mar era um habito, o rapaz achava que era a criatura mais infeliz do mundo.
Isso era natural pois o mundo já não era mais mundo.
Agora, ali parado, busca relembrar o que é a intensidade dos sentimentos.
Os altos e baixos de seu coração.
Tem a nítida sensação de que ninguém sabe viver.
Nem ele.
As pessoas esqueceram o que é o amor.
Os últimos resquícios de sol mostra o quanto ele sente falta de pertencer a algum lugar.
De ter um verdadeiro valor e importância para alguém.
Para o mundo.
E  isso o machuca.
O rapaz é do tipo que não é fácil.
Também, é do tipo que não sabe o quanto ama ou é amado.

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