Todo seu clímax ao mundo.

O vento invernal bate na janela e faz o vidro balançar.
Está frio lá fora.
Ali dentro, quente.
Ela tem um pescocinho lindo.
Os dedos do rapaz deslizam suavemente pelas linhas formadas pelas veias do pescoço da moça.
Ela inclina a cabeça.
O cabelo movimenta-se.
Ele afasta uns fiozinhos desgarrados.
Aproxima a cabeça e beija-a exatamente abaixo do queixo.
Tão bonitinho aquele queixo!
O rapaz e a moça estão deitados na cama.
A cama é bastante baixa, estrategicamente colocada abaixo da janela, encostada na parede.
A parede esta úmida.
Efeito do tempo frio de inverno.
O vidro da janela está embaçado.
O vapor faz desenhos surreais naquela superfície.
Lembra um mapa de continente imaginário.
Inexistente.
A dor no pé do rapaz é inexistente.
Ele está tão focado no pescoço lindo da moça que a dor se foi.
Os dois estão deitados.
Ele, com sua perna machucada estica sobre um cobertor fofinho.
Precisa manter o pé no alto para ele não inchar.
Ela, com as mãos descansadas sobre o vente.
Mãozinhas geladas inclusive.
Os pés também.
Sempre estão gelados, mesmo no verão.
Segurando suavemente o pescoço dela, o rapaz desliza a ponta da língua deste o inicio dos ombros até o limite da orelha.
A moça solta um suspiro.
Fecha os olhinhos.
Inclina mais a cabeça.
A boquinha está entreaberta em um sorrisinho.
Deixa os dentinhos à mostra.
O nariz esbarra no brinco.
Ele ri baixinho.
Ela passa mão no cabelo.
A boca do rapaz se aproxima do ouvido da moça.
Uma mão feminina agarra a mão masculina que segura o pescoço.
Ele fala sussurrado.

Rapaz - Eu te amo.

O corpo da mocinha estremece.

Moça - Assim eu não resisto.

Guia a boca até perto dos lábios dela.
Pele com pele.
Romance com romance.

Rapaz - Você que é irresistível.

Ela sorri de canto de boca.
As maçãzinhas do rosto dela, tão salientes e meigas, esboçam uma expressão de desejo.
Olhos se abrem.
Ele olha.
Ela retribui.
Olho no olho.
Boca com boca.
Beijam-se.
O lábio inferior dela está meio machucado.
Rachado pelo frio de rachar.
A pelezinha solta esfrega-se no canto da boca dele.
Não sente.
Só sente o beijo.
Gosto de gloss.
Docinho e artificial.
Gostoso.
Tem um saborzinho ferroso devido ao lábio rachado dela.
Bastante macio é o jeito com que ela morde a boca dele.
Sorri.
Mergulha num beijo verdadeiramente intenso.
A língua brinca com a boca.
A saliva vai garganta adentro.
A boca brinca com a língua.
Língua brinca com língua.
Diverte-se.
Desta vez ele morde o lábio dela.
Um gemidinho.
A mão dele está firme na cintura dela, sob a roupa.
Três camadas de roupas.
Ela segura forte no ombro dele.
Joga seu peso para frente.
Afastam as bocas.
Olhar dela o faz tremer.
Tenta desviar, virando a cabeça.
Inesperadamente, a moça lambe a boca do rapaz.

Rapaz - Sabe que assim eu não resisto né?
Moça - Quem disse que é para resistir?

Ele ri nervosamente.
Sente a vontade dele se expandindo.
Arma um arco com a calça.
A mão dela pousa timidamente sobre o volume.
O rapaz Pensa.
A verdade é que ela é incrível.
Nunca sentiu tanto desejo por alguém.
A vontade transbordando para além da borda do comportamento.
O animal que acorda dentro de sua alma.
O lobo do espírito masculino que uiva e clama por movimentos repetidos.
Movimentos repetidos.
Ele põe seu joelho por entre as pernas da moça em movimentos repetidos.
Voltam a se beijar.
Mais intensamente do que antes.
Parece um selinho dado com força.
Pressiona os lábios contra os dentes dela.
Depois, algum tempo de pressão.
Ele passa a língua na gengiva da moça.
A boca fica meio adormecida.
A língua alivia o local que ficou meio dolorido.
Parece que o beijo fica com um gosto diferente.
O desejo se faz presente, para ambos.
As mãos percorrem os corpos um do outro.
Por todo lado se tocam.
O pé machucado ainda repousa cuidadosamente sobre o cobertor.
Os dedinhos miúdos massageiam a vontade dele sobre o tecido.
Os dedos dele são mais ousados.
Até cruéis.
Atacam sem pudor ou vergonha os botões da calça jeans da moça.
Entram por sob o tecido grosso.
Encontra a calcinha e a ignora.
Vai mais além.
Em contato com a pele, desbrava audaciosamente a intimidade dela.
Primeiro sente os pelos cortadinhos e bem cuidados.
Depois explora os vãos entre as pernas.
O rapaz delicia-se em fazer sua mão acariciar o espaço venusiano feminino.
Ela contorce o tronco.
Entreolham-se.

Moça - Safado.

O rapaz aproxima seu rosto do rosto dela.

Rapaz - Safada. Deliciosa.

O rostinho lindo transborda exitação.
Desejo.
O desejo de arrancar-lhe a roupa furiosamente e entregar-se a toda sorte de vontades primordiais.
Sexuais.
Ela está entregue.
Faz o serviço nela, primeiro com os dedos, mas não é o suficiente.
Para ela nunca é o suficiente.
Necessita de mais.
Muito mais.
Ele sede a seus instintos.
Agarra as laterais da calça.
Puxa.
A moça levanta as pernas para facilitar.
Tira o jeans e joga para fora da cama.
Ela está envergonhada e com excitação ao mesmo tempo.
Ele está empolgado como poucas vezes já estivera.
Vai até a calcinha e também a puxa.
Joga longe.
Agora ali está ela.
A moça.
O foco da vontade dele.
Respirando mais rapidamente.
Encolhe-se.
Afasta as pernas.
Pouco a pouco a cabeça do rapazote desaparece abaixo da cintura dela.
Fecha os olhos.
Entrega-se.
De bom grado, fica a mercê de tudo o que ele pode fazer com sua boca.
Agarra a bunda dela com força.
Macia.
Encosta a boca na verdade dela.
Dá-lhe um banho.
De língua.
De prazer.
De paixão.
Paixão que termina na eternidade do fogo dele.
A respiração ofegante dela.
O ar expirado pela boca inquieta dele.
Faz arder a intimidade da moça.
Como chamas.
Lava que explode do vulcão
Aquela gruta molhada que se perde em contorções de volúpia.
O quadril dela move-se constantemente.
Quase afoga o rapaz de tanto que se esfregam.
A boca dele e a intimidade dela.
Ali, totalmente sem defesas, livre de todo o mundo que existia fora daquela cama.
Soltando seu prazer, seu desejo.
Liberando seu tesão na noite, bem ali, com a cabeça do capaz entre suas pernas.
Ela se contorce mais rapidamente.
O abdômen se contrai.
Com força, a moça segura as mãos dele com força.
Num murmúrio de prazer, os dois joelhos dela se juntam.
Forte, prendem a cabeça dele ali.
Ficam assim por um bom tempo.
Tempo o bastante para ela prover todo seu clímax ao mundo.
É fogo.
Chama de uma paixão.
A lava do vulcão primordial.
E fica assim.
Respiração ofegante dela.
Sorriso safado dele.
Exausta.
As pernas amolecem.
É normal depois do orgasmo ardente.
Ela está sem fôlego.
Tornam a deitar grudadinhos.
Pertinhos.
Bem pertinhos.
Ela está satisfeita.
Ele está com um membro rijo.
Ele sente o pé arder.
Terríveis facas imaginárias perfurando aquele seu pedaço do corpo machucado.
Agarram-se.
O rapaz ainda sente o gosto dela.
Meio docinho e meio amarguinho.
Lembra o gosto de uma uva.
Daquela roxinha e bem redondinha.
A inesquecível uvinha que ele degustou.

Moça – Seu safado.
Rapaz – Quem manda ser tão boa.

Sorriem e beijam-se.
Poderosamente.
Beijam-se.
Beijo.
Poucos prazeres físicos podem ser tão maravilhosos quanto o proporcionado por um bom beijo de quem se ama.
Beijo demorado.
Intenso.
Saboroso.

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