Renovar

A figueira firma-se como um velho ancião sobre a praça.
Ali, cinco moças se encontram na quase escuridão noturna.
A lua crescente iluminando seus rostos.
Flores esvoaçando no crepúsculo.
Vinham de vários lugares e destinos.
Dentre todas as mulheres, a mais alta passa suas mãos finas sobre o tronco da velha árvore.
Ela murmura suavemente.

- Tão velha e ao mesmo tempo, tão linda.

A moça mais baixa tem um cálice na mão.
Fala, enquanto o passa de boca em boca, entre cada uma delas.

- Serve com perfeição.

Todas bebem o conteúdo cálido.
Dão as mãos e circundam a árvore.
Elas dançam num turbilhão de loucura.
Rápido.
Cada vez mais rápido.
Quando o frenesi alcança seu ápice, a terra começa a tremer.
Em uma explosão de cores, linhas de energia saem do topo do velho tronco apodrecido. As dançarinas largam as mãos.
Cada uma delas estica os braços para pegar as faixas de energia.
Cada uma delas puxando-as para suas próprias almas.
A dança recomeça apenas quando todas as faixas são capturadas.
Agora, a dança é com as folhas fluidas.
Cores entrelaçadas por dentro e por fora das dançarinas.
O luar se esvai.
As linhas brilhantes ficam trançadas ao redor da árvore.
O emaranhado de urdidura.
E a trama cobria a árvore, da copa ao tronco.
Mesclando o poder liberado numa única essência.
A lua se põe e a luz do sol toca o rosto das cinco jovens.
Elas estão dormindo.
Próximas das raízes retorcidas de uma figueira frondosa e jovem.
As folhas verdes brilham com a vida renovada.
Flores novas acariciam os rostos felizes aos seus pés.
E sorri.

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