Orfanato

É a área mais antiga da região.
A mais pobre.
É onde terminam as famílias rurais.
Contratadas para trabalhar na industria.
É uma região monocromática.
Cinzenta.
Completamente desolada.
Ali, vive uma grande quantidade de famílias.
Famílias rurais.
Incestuosas.
Ali, vivem doentes.
Cansados.
Como cães, se arrastam.
Na sarjeta.
Morrem.
Com lábios leprosos.
Assim, as crianças crescem em um mundo tingido de cinza.
Com oportunidades limitadas.
A única janela para fora desse mundo é o Orfanato.
Algumas crianças tinham sorte.
Seus pais morriam.
Iam para o Orfanato.
Ele existe em uma velha casa.
Nos arredores da cidade.
Em um campo baldio.
Negligenciado.
Com o lago ornamental.
Obstruido por ervas daninhas.
Cheira a alguma coisa muito antiga.
Cheira a terra molhada.
Café fumegante.
Pão de forma e cachorro vadio.
O cheiro penetra as entranhas da construção.
Ou vinha delas.
Velha casa.
Casebre.
Cinza.
Transformado em silhueta para o sol diurno.
Amarelo.
Azul.
Laranja.
Assim, cores e odores se misturam.
Mesclam.
Tomam forma.
Como uma sinfonia.
Insuflando esperança.
Força.
Para um novo dia.
Para a vida das crianças.
Do Orfanato.

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